Crimes em jogos online: até onde vai a legislação?

Crimes reais em ambientes de jogos virtuais online se fazem cada vez mais comuns no cotidiano dos jogadores, porém muitas vezes os injuriados por estes crimes acabam sofrendo danos financeiros incalculáveis, já que a grande maioria destes jogos são ligados direta ou indiretamente a algum tipo de comercio, seja de compra de itens para o game da própria empresa criadora ou então de terceiros que comercializam seus itens conquistados.

Após a ação de criminosos hackers ou aproveitadores, as vítimas algumas vezes tentam recorrer à justiça, e aí então se deparam com situações das mais falhas, já que as leis para este tipo de roubo “imaterial” são muito superficiais e primitivas, além de variarem dependendo da legislação de cada país, que em muitos deles é um tipo de crime que nem é reconhecido e muitas vezes estas vítimas precisam recorrer às empresas criadoras dos jogos em busca de alguma justiça. Conheça alguns dos casos mais famosos de crimes em jogos online e seus desfechos:

  • “Roubo” de propriedades no jogo “Second Life”Em um caso ocorrido em 2006, foi iniciado um processo no tribunal de West Chester,  Pennsylvania, por Marc Bragg contra a empresa Linden Lab, proprietária do jogo virtual “Second Life”. Marc alegava que a empresa teria suspendido indevidamente sua conta no jogo, mas posteriormente a empresa criadora do jogo conseguiu provar que Marc utilizava de técnicas de URL Hacking para adquirir propriedades no jogo por preços bem abaixo do praticado. Por fim o caso se concluiu com Marc concordando em ter sua conta suspensa, e a empresa então excluiu do ambiente do jogo as propriedades adquiridas ilegalmente por ele.
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  • Escravos para minerar gold no jogo “World of Warcraft”De acordo com o jornal inglês The Guardian, em publicação de 2011, cerca de 300 trabalhadores eram mantidos como escravos na cidade de Jixi, uma cidade da província de Heilongjiang, no nordeste da China para realizar o trabalho de mineração online de gold, o dinheiro de World of Warcraft, que posteriormente era vendido em troca de dinheiro real. De acordo com um dos trabalhadores as pessoas eram obrigadas a jogar em turnos de doze horas e obter uma meta mínima de gold, e quando não atingida recebiam punições físicas como agressão com canos de plástico.
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  • Oferta de pornografia no jogo “Second Life”Em 2012 tornaram-se publicas noticias sobre uma operação da Polícia Alemã com a finalidade de incriminar usuários do jogo online Second Life que estariam praticando o que foi chamado de “oferta de pornografia” no ambiente do jogo. Os criminosos simulavam atos de pedofilia com seus avatares no jogo, mas na verdade estas simulações eram chamarizes para contatar outros usuários que pagavam para receberem por e-mail vídeos e fotos de pedofilia reais, e dessa forma era criado um comercio dentro do ambiente virtual. Os responsáveis foram localizados pela polícia Alemã em parceria com a empresa criadora do jogo e condenados a pena de 3 a 5 anos de prisão.
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  • Brasileiros banidos do jogo “League of Legends”Em 2014, a Riot Games, criadora do jogo “League of Legends”, baniu 13 brasileiros profissionais do título, ou seja, ciberatletas que participam de competições e que recebem prêmios em dinheiro, por cometerem atividades ilegais dentro do game. De acordo com a empresa, os jogadores estavam sendo pagos por outros gamers para melhorarem suas contas, o que é chamado de “Elo-boosting”. Desse modo, eles participavam de partidas na internet, conseguiam vitórias, melhoravam os personagens e suas habilidades e colocavam estes jogadores nos níveis mais altos do jogo. Por decisão da própria criadora do game, as contas dos contratados e contratantes foram bloqueadas indeterminadamente.

 

Autor do post: Leonardo Maestrelli

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